Alerta de Risco em roteadores
Ataque rouba senhas bancárias adulterando 180 mil roteadores de internet no Brasil A fabricante de antivírus Avast publicou um alerta sobre dois ataques que adulteram as configurações de roteadores de internet no Brasil.
A modificação — feita em pelo menos 180 mil equipamentos só no primeiro semestre de 2019 — desvia os acessos a determinados sites para páginas clonadas, que remetem qualquer senha digitada aos hackers. O redirecionamento muda o destino de serviços bancários e peças publicitárias, além de enviar um código de mineração de criptomoeda ao navegador da vítima. Os alvos do ataque são roteadores domésticos, como os cedidos por operadoras e provedores de internet ou adquiridos por conta própria no mercado para acesso à rede (veja lista de modelos abaixo). Os códigos desenvolvidos pelos hackers são colocados em sites falsos e abusam do funcionamento simplificado e das senhas de fábrica desses equipamentos para substituir a configuração automática transmitida pelo provedor. Para se proteger, a principal medida é a troca da senha que vem configurada de fábrica do equipamento. Se o aparelho estiver configurado com uma senha diferente da original, o código não é capaz de prosseguir com a adulteração. Um dos ataques em atividade, chamado de “GhostDNS” ou “Novidade”, já era conhecido. O outro, denominado “SonarDNS”, é considerado novo. Segundo a Avast, os produtos da empresa detectaram 180 mil roteadores adulterados e bloquearam milhões de tentativas de ataque. Os criminosos inserem os códigos em páginas falsas. Quando a página é visitada, o código tenta realizar a mudança na configuração por meio do próprio navegador, o que pode ocorrer de maneira silenciosa ou com um aviso falso na tela sobre uma “atualização do leitor de vídeo”. Nenhum programa é baixado para o computador para realizar esse ataque: tudo acontece pela rede e pelo “envenenamento” do roteador. Enquanto código tenta atacar o roteador, usuário vê mensagem para aguardar uma suposta ‘atualização de leitor de vídeo’. — Foto: Reprodução/Avast Enquanto código tenta atacar o roteador, usuário vê mensagem para aguardar uma suposta ‘atualização de leitor de vídeo’. — Foto: Reprodução/Avast Enquanto código tenta atacar o roteador, usuário vê mensagem para aguardar uma suposta ‘atualização de leitor de vídeo’. — Foto: Reprodução/Avast Se a modificação no roteador for realizada com sucesso, a navegação na internet passará a depender de um serviço de DNS (Domain Name System) operado pelos criminosos. O DNS é o “102” da internet, responsável por descobrir os números (endereços IP) relacionados a nomes, como “g1.com.br”. O DNS usado no acesso à internet é normalmente fornecido pelo provedor contratado. Obtendo o controle do DNS da vítima, os hackers podem oferecer endereços IP falsos para os endereços consultados, levando o usuário a uma página clonada criada pelos próprios criminosos em vez do destino correto. Três em um Os golpistas redirecionam os acessos para três finalidades: roubo de senhas, desvio de anúncios publicitários e inserção de código de mineração de criptomoedas. O roubo de senhas acontece quando a vítima digita a senha na página clonada, entregando os dados para os criminosos. O desvio de anúncios substitui peças publicitárias exibidas na internet, o que pode render dinheiro para os hackers. Por fim, os códigos de mineração de criptomoedas fazem o computador da vítima trabalhar para conseguir essas moedas digitais, consumindo mais energia elétrica e prejudicando a bateria de notebooks e celulares. Os golpistas também ganham dinheiro com isso, já que a participação no processo de mineração de criptomoedas dá direito a parte dos lucros obtidos com a venda dessas moedas. Dessa forma, um único ataque permite que o criminoso obtenha vantagem de três maneiras diferentes. Mesmo que alguém não acesse serviços bancários para ser vítima do roubo de senha, o hacker ainda pode faturar com as outras duas atividades.